Os três pilares da Segurança da Informação na era digital

Desde pequenos, somos constantemente treinados para aprender a reconhecer o que pode ser perigoso ou não. Avisos do tipo “não fale com estranhos” e “não aceite nada que te oferecerem”, por exemplo, são bastante comuns na rotina de qualquer criança. A verdade, porém, é que as mudanças da sociedade, especialmente com a transformação digital, têm colocado todas essas concepções e modelos de cuidado em xeque. Em um mundo cada vez mais dinâmico e móvel, com conexões globais surgindo diariamente, como podemos nos proteger? E como as empresas podem manter a segurança de suas informações?  

São questionamentos como esses que colocam, hoje, a Segurança da Informação no centro das discussões corporativas – independentemente do segmento ou porte da companhia envolvida. Não por acaso, análises de consultorias como o Gartner indicam que a área de cibersegurança é a principal prioridade para os líderes de tecnologia global na atualidade. Neste cenário, porém, é preciso ter em mente que a verdadeira proteção dos ativos digitais depende, cada vez mais, de investimentos em três pilares básicos: a tecnologia, os processos e as pessoas.  

De imediato, o primeiro ponto que imaginamos é a adoção de tecnologias adequadas e preparadas para o atual contexto dos negócios. A razão para isso é simples: com as informações circulando mais rapidamente, em maior volume e de forma mais variada, é fundamental que a infraestrutura de proteção das empresas esteja realmente habilitada para acompanhar o ritmo e a complexidade das rotinas que cercam as operações. Afinal, é sempre importante ressaltar que não são apenas as aplicações e tecnologias que estão em constante evolução; os cibercriminosos também seguem sua marcha de atualização, com as fraudes, ataques e ameaças podendo vir de qualquer lugar.  

A preocupação com a tecnologia parece estar cada vez mais real para os principais líderes corporativos. Segundo projeção da IDC, em 2021, os gastos com soluções de segurança movimentarão cerca de US$ 900 milhões no Brasil, alta de 12,5% em relação a 2020. Temos de ressaltar, porém, que o cuidado com os recursos deve ser algo constante e não apenas um projeto pontual. É importante seguir a atualização dos cenários.  

Paralelo às implementações de tecnologia, é igualmente importante que as organizações foquem na implementação de processos e políticas que ajudem a mitigar as ameaças. Estudos estimam que cerca de 60% dos vazamentos e roubos de dados começam com erros individuais e, principalmente, pela falta de regras específicas para se evitar invasões ou ataques.  

Definir políticas específicas, estipulando processos-chave, como a criação de backups off-site dos dados mais importantes, pode ser bastante útil para se evitar contratempos e extorsões em sequestros de informação via ransomware, por exemplo. Esse tipo de medida evita que os ativos digitais fiquem em poder dos criminosos, e ainda garantem maior capacidade de reação a qualquer incidente (nas máquinas, servidores, workstations etc.). Definir regras de acesso, perfis de uso e equipes orientadas à manipulação dos registros e cópias, portanto, é um princípio que precisa ser encarado como um investimento de garantia pelos times e lideranças – e jamais um custo.  

Processos e tecnologias, contudo, devem ser complementados com treinamentos e capacitações de pessoas. É vital que as companhias coloquem os usuários (seus públicos) no centro das atenções, ensinando como e por que eles devem se importar com a segurança da informação. Como dito antes, boa parte das violações de dados começam em nível individual – em dispositivos pessoais, na contaminação das máquinas corporativas via links maliciosos, no compartilhamento indevido de credenciais de acesso, entre outros.  

Criar um ambiente seguro passa pelo envolvimento de quem está na ponta do atendimento, no dia a dia da operação. Saber que essas pessoas podem operar melhor a tecnologia e seguir as regras estabelecidas é o que certamente fará a diferença para evitar riscos e problemas na nova era.   

Vale destacar, neste caso, que a pandemia de Covid-19 apenas acabou acelerando um processo que já estava em curso, alçando a segurança digital a um status ainda mais importante para a continuidade dos negócios. Com a transformação digital das redes levando os dados para a Nuvem, a proteção dos registros críticos das organizações se tornou um item essencial e elementar para a operação das empresas, e uma atividade complexa – depende de múltiplos fatores.    

A transformação digital tem impulsionado uma série de facilitadores para o sucesso das organizações – assim como também gera novas ameaças. Saber reconhecê-las, do mesmo modo como fazemos desde pequenos, é fundamental para que as companhias e seus talentos possam explorar o mundo em busca de inovações geniais.  

Para simplificar esse trabalho, a procura por parceiros especializados em segurança pode ser providencial. Como a segurança precisa de atenção e evolução contínua, ter parceiros de apoio ajudará a garantir que as equipes possam focar seus esforços no que gera valor às empresas – enquanto os times de proteção mantêm as aplicações e serviços em Nuvem em pleno funcionamento.   

Em um momento de grandes alterações, encontrar formas de garantir a segurança e a funcionalidade das organizações é, certamente, algo que não pode ser negligenciado pelas lideranças – sejam elas de TI ou negócios. As vantagens da Nuvem ou de qualquer tecnologia passam, efetivamente, por saber como utilizar os recursos de maneira segura. Esse é o desafio que se apresenta às companhias. Resta, agora, saber quais são as empresas que estão prontas para juntar eficiência e segurança em um só plano de transformação. 

Fellipe Lima, Business Development Manager de Redes e Segurança da IT-One.

Fonte: https://tiinside.com.br/
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